terça-feira, 13 de julho de 2010

When the party ends.

Quando eu consigo acreditar de novo, eu pego todas as minhas melhores cores, eu pinto, recorto, faço a renda, bordo cristais, escolho com cuidado cada detalhe, cada frase, e cada dia. Não escolho a ponto de não ser espontaneo, mas imagino, crio.. E vou organizando tudo para um grande baile, uma grande festa. O motvo da comemoração foi sempre o mesmo: ' Fazer o outro feliz'. Vamos imaginar assim... Convido as pessoas mais especiais e únicas, nenhuma muito fria, nem muito quente... Preparo cada prato, encho os balões, recebo cada convidado... Não é assim que é pra ser? Não é assim que se prepara uma grande festa? As bebidas, as músicas.. Foi tudo sempre por minha conta, deixa que eu ajeito, deixa que eu arrumo tudo como deve ser. A festa acontece, tudo lindo e bem como imaginei que seria, divertido, com elogios e por quem passa e me vê ali, agradece. São poucas pessoas que prestam atenção nos detalhes, mas quem presta, me elogia... Logo eu, ali, quietinha, só feliz. Feliz demais por ter saído tudo como planejado, nem importo em aproveitar. E depois, as horas vão passando, a música vai abaixando, ficando cada vez mais lenta, da lambada passa pra valsa, e os pratos principais já foram, agora é só sobremesa... Cai a noite, raia o dia e vão-se embora todos os convidados exaustos, até não restar mais ninguém. Esse ninguém, me resta. Me resta com todo aquele salão vazio, fileiras de pratos, sem música, nem luzes, só eu para desorganizar tudo aquilo. Sozinha. E sozinha eu vejo os pedaços de fita, das minhas prediletas, no chão, pisoteadas... Vejo que a música, todas aquelas escolhidas pra soar descolado, não, não resta nenhuma pra tocar... Todos os resto do que eu preparei. Os balões estourados.. E depois, e depois da festa? O que se resta? Você vai embora como todos os outros convidados.