Mania? Posso dizer mania, de você estar sempre aqui! De qualquer jeito, mesmo tendo uns mil motivos pra me odiar. A nossa história meio que parece a da Cássia do Nando... Eu te acordo cedo, te ligo a cobrar, meio de uns meses sem se falar.. E você liga de volta, " O que que você quer?" e eu tento arrumar alguma desculpa, mas na verdade é que eu gosto demais da sua poesia, e gosto do seu tom de voz, e gosto das broncas que você me dá e da gente discutindo publicidade, porque ninguém mais discute comigo sobre as fontes dos outdoors da cidade. E é isso. E eu digo: " Nada, olha, desculpa te ligar a essa hora, nesse frio, tchau". E você desliga.. E você liga 2 minutos depois fazendo a mesma pergunta, e quando eu te explico você diz: ' Poxa, você sabe que eu moro ai do lado, vamos se ver". E porque? Você tem outros milhares de motivos pra não atender alguém nessas circunstancias, é pecado acordar a gente no frio... E você me encontra e começa a conversar sobre tudo que se passa. Qué se pasa, niña? " Você sabe que me comove, comove bastante" e eu digo " Mas eu nem nunca fiz um poema pra você" "Mesmo assim, você comove..." Eu já escrevi, muitos textos também sobre ti, sobre o que é bonito a melodia que a gente faz, a sintonia que a gente dá, a cor... Nunca chegou perto de " Das rosas brancas tu és a vermelha" A gente viu um beija flor com a cor da minha unha, e a gente riu que nem criança, e eu tremia de frio e você fazia cara de estranho: ' Pára com isso, isso aqui é só um ventinho'. E você olhava pra mim, eu podia ver que seu olhar me captava por inteiro, você repetia: ' Você é linda '. E eu com ar de desdém: 'Ah, e você tem um mal gosto daqueleees.'
Eu queria te agradecer, por todos os rabiscos que você sempre faz nas minhas apostilas de espanhol, nos meus cadernos, em folhas grandonas daquelas que eu adoro e na minha vida. Eu te admiro! Fiquemos na condição bonita: ' A gente se admira bastante. ' É bonito guardar alguém assim..
