domingo, 29 de agosto de 2010

E se lembra

da primeira vez que o vira. Se não fosse aquele garoto sentado de pose estranha ali no canto da grama, sob o escuro e umas poucas luzes lhe servindo de guia, se não fosse ele quem deveria encontrar, era ao menos o que queria conhecer. E se fez uma certa realização do desejo. Que bom que é ele, pensou consigo, que bom que não é qualquer outro que ali estivesse.
Não se lembra, ao certo, as palavras que lhe sairam da boca naquele exato momento.. A timidez inconstante, a necessidade de ocupar cada pequena espaço de silencios lhe fazia corar. A música ao fundo, uma clássica, que duvidava que conhecesse, reconheceu indicando ser uma ótima para dançar. E foi naquele momento que decidiu, dentro de si mesmo uma sede, fome, não conseguia destinguir, era um certo querer por aquele misterioso garoto. Fora passando a noite, e tudo desabrochava, não sabia bem como dizer aquilo, como uma sensação estranha que se tem nos lugares, -dejavu- mas era como se conhecesse e já estivesse nele, naquele garoto, há muito tempo, e sabia que nunca lhe havia ocorrido tal pensamento. Lágrimas, lembranças, porque tudo aquilo, e porque daquele jeito? Só soube que o beijou, e quando foi tocada, era como se esse era fossem parte de ' era uma vez...' de qualquer história ou qualquer conto. Ela sentiu o que não sabia, mas que não importasse quanto tempo durasse, daquele momento, daquele garoto, nunca iria se esquecer.